Seu carrinho está vazio no momento!
Sou farmacêutica, sou tradutora, sou psicogenealogista, mas antes de tudo isso, sou a Paola Maria Patriarca, que nasci em uma família composta por descendentes italianos por parte de pai e de mãe.
Esta semana finamente consegui fazer algo que há muito tempo queria fazer.
Montar a minha árvore genealógica completa, não aquela rascunhada no papel somente com os ascendentes diretos, mas aquela com primos distantes, tios, aquela bem larga que gera páginas que precisam ser coladas quase como um quebra cabeças. Apesar de ter feito várias vezes minha árvore, nunca fiz assim tão completa.
Para chegar nessa completude, precisei ligar para primos, parentes, para buscar novas informações. Meus pais contavam muitas estórias, e por conta disso me lembrei bastante de vários ramos familiares.
Mirava a árvore linda, considerando-a completa e entendendo de onde vinha cada primo e eis que recebia alguma resposta de algum e-mail enviado previamente, ou ligação com respostas e mais informações, lembrava-me de mais alguém, de mais um ramo da família, que eu havia esquecido pelo caminho.
Achei que iria me tomar uma tarde, mas já faz 4 dias e não terminei…ora lembro de mais alguém e preciso voltar, rearranjar todos no espaço para inserir os “esquecidos”.
É um processo, que pode parecer bobo; mecânico, mas que mexe com as nossas memórias…viajamos no passado lembrando daquela tia, ou daqueles primos que nem sei por onde ou como são primos; que grau mesmo? Filho de quem?
Fui presenteada inclusive com um gentil convite de uma prima distante que hoje está muito bem aos seus 93 anos e que precisava de informações que eu tinha. A minha felicidade foi enorme porquê da mesma forma eu também precisava das informações do ramos da família dela. E assim mais uma vez comprovamos a frase célebre ne nossa Mestra Leticia: Quando damos um passo em direção à nossa árvore, nossa árvore dá passos em direção a nós. É um processo belíssimo!
Aos poucos vamos lembrando de cenas, de estórias, de pessoas que se afastaram, de pessoas que já partiram.
Precisava ver o todo, precisava ver quem é filho de quem, de onde surgiu a parentela, e a sensação que me toma é a sensação de pertencimento, de origens, de identidade.
A arvore genealógica é a ferramenta de trabalho principal para um psicogenealogista, ela está presente na vida de um genealogista e de um tradutor quando trabalha com as ascendências para ver se seu cliente tem direito ou não ao reconhecimento de uma certa cidadania; e como ser humano, ela é primordial para a formação da sua identidade.
Quem somos nós? De onde viemos? Quais as nossas origens? Quem nunca se fez essas perguntas uma vez na vida? As nossas origens contam muito sobre nós mesmos.
Quantas vezes nas rodas de conversa em família não descobrimos que certa característica física ou mesmo comportamental foi herdada de um avô ou de uma tia? Desde criança nos comparam com nossos parentes, tem cara de um, personalidade de outro. São todas formas de nos identificarmos, de fazermos parte daquele grupo de pessoas, daquele clã.
Lembro que quando era criança, ouvíamos estórias de parentes já idosos ou que já partiram, estórias de parentes que ficaram famosos, estórias engraçadas e também estórias tristes, de desastres. A questão é que quando escutamos tudo isso, não fazemos a menor ideia de que tio, ou bisavô é esse; somos pequenos, conhecemos pouco e as estórias vão se dissipando ao longo da nossa vida.
Até que um dia alguém abre o baú de fotos da família… se tiver a sorte de ter algum parente vivo… ouvirá mais estórias e mais velhoe mais maduro já saberá correlacionar a estória ao parente… mesmo assim.. Sem muita técnica..
Por isso, fazer a árvore genealógica e mantê-la atualizada é uma exercício para resgatar nossas origens.
A psicogenealogia, por sua vez trabalha com a árvore genealógica como base para seus estudos. É possível identificar simetrias com parentes e a partir de então entender que estas simetrias estão na base para justificar heranças comportamentais e repetições de eventos em nossas vidas.
Da mesma forma guiando-se através da árvore, nossa bussola, entendemos medos inexplicáveis, mandatos e crenças.
Enfim.. A árvore nos traz respostas aos questionamentos mais profundos, e também nos traz um norte, porque sabendo de onde viemos, fica mais fácil compreender para onde devemos seguir.